Cuidado com o Amarula

Ei, essa agora vai ser intensa, então se você achar melhor, pule logo pro próximo post.
É o seguinte. A gente tá sempre tentando entender o mundo, o universo e o telemarketing. Esse é o motivo das religiões, dar um conforto e um "lugar para nós", esse é o motivo da ciência, saber que "lugar" é esse e se a gente deve se sentir confortável.
Ao longo da caminhada humana, várias tentativas foram feitas de tentar explicar o universo que rodeia a gente. Cada época tem seus próprios temas preferidos baseados no seu próprio contexto sócio-político-religioso-tecnológico. De entranhas de animais, passando pela caverna de Platão e a espremida entre céu/inferno dos cristãos até as mais corriqueiras de hoje em dia, como a dos irmãos Wachowski que não tem nada de original mas é, digamos, a mais divulgada da nova safra de analogias com computadores e programas.
Como um cara dessa época, eu curto bastante a coisa do a-gente-vive-num-programa-de-computador-espero-que-não-seja-Windows, talvez pelo fato de ter estado sempre envolvido com computadores desde o começo da brincadeira. O que, na verdade, dá um certo respaldo pra se acreditar em certas coisas, tempo suficiente pra ver a evolução passada e imaginar um desenvolvimento futuro da tecnologia.
ATENÇÃO: É aqui que a coisa começa a desandar... última chance de pular fora !!
Pois bem... essa analogia poderia ser só mais uma, só mais um reflexo da época em que a gente vive, e era assim que eu sempre vi. Analogia Lucélia Santos: Bonitinha mas Ordinária.
Até que num bom banho gelado (showertime!) a coisa começou a me incomodar e a analogia entrou em outro nível ! As coisas começaram a fazer mais sentido que deviam !
A analogia funciona melhor se comparada aos mais modernos e complexos programas de computador, ente eles os jogos 3D que são complexos o suficiente pra aguentarem uma comparação com a realidade.
No nosso dia-dia não percebemos incongruências e discrepâncias no mundo ao redor, a física de Newton nos basta completamente e tudo funciona de acordo com nossa intuição. A bem dizer estamos funcionando com processamento de sobra e resolução suficiente.
Agora, o que acontece quando a gente força a barra da realidade ? Segundo Einstein nada pode ser mais rápido que a velocidade da luz e mesmo que isso não seja completamente verdade (ainda é) é o suficiente para adotar como um limite absoluto.
Então o que acontece quando um jogo tá funcionando em um computador que está abaixo da sua capacidade ? Todo tipo de problema de tempo acontece, a coisa fica mais lenta o tempo começa a passar de forma diferente, o jogo já não responde mais como deveria. Na nossa realidade se nos aproximar-mos da velocidade da luz (limite do processamento ?) o tempo também começa a passar mais lento, tudo fica mais pesado, a coisa não responde mais como deveria ! Coincidência, claro, mas o fato de nossos limites, hmmmm.. superiores, produzirem resultados análogos é interessante !
Agora vamos lá pra baixo. No domínio da mecânica quântica (num nível de escala menor que a do átomo, um aumento gigante da resolução) a coisa se torna tão delicada que já não se pode ter certeza de nada, tudo começa a virar probabilidades e incertezas, coisas pulando de um lado pro outro, superposição de estados. Tudo muito confuso.
Novamente, pegue um jogo e vá dando zoom, chegando cada vez mais perto, aumentando o máximo que der um local específico. Se os programadores não colocaram algum tipo de limite você vai acabar chegando em um ponto onde as coisas vão começar a se comportar de maneira muito estranha. Coisas pulando de um lado pro outro, aquela quina de mesa que parecia parada vai tá enlouquecida num super-zoom, você vai ver objetos entrando dentro de outros, tudo muito confuso.
Tudo muito semelhante também lá em baixo pelo que parece! Não sei se é o Amarula, mas tudo tá ficando realmente interessante ! Sei não, mas acho que essas coisas fazem mais sentido do que deveriam.
O que eu tô dizendo não é que a gente vive, de fato, em um programa de computador ou em um computador super-desenvolvido. Se fosse assim era mais fácil acreditar logo num Deus barbudo com uma agenda humana. Nada disso, computadores são invenções humanas e só isso. O que tô querendo dizer é que talvez o universo seja surpreendentemente análogo, se comporte de uma forma mais similar que a gente imagina aos programas e computadores que a gente conhece. Talvez seja interessante buscarmos insights baseados nessa relação.
Talvez as leis da física sejam o hardware, imutável, e todo o resto, nossa vivência aqui, seja como o software que tem que se adaptar da melhor forma ao hardware em que tá instalado.
Como os jogos de um videogame que vão se tornando cada vez melhores a medida que o hardware é mais compreendido e explorado, nossa vivência melhora com tecnologias cada vez mais adaptadas a nossa realidade que é baseada também em leis imutáveis.
Ok, ok... vou terminar assim mesmo porque o Amarula já tá batendo forte !! êiêiêiêiêiêiêiêiêiêi...